Cerca de 60 animadores juvenis dos 10 arciprestados da Diocese de Aveiro participaram no encontro A3, que decorreu na manhã e tarde de sábado, 23 de Outubro, em instalações da Universidade de Aveiro. Ondina Matos, directora do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional (SDPJV), faz um “balanço positivo” dos trabalhos, embora desejasse que todas as 101 paróquias estivessem representadas e com vários animadores. “Temos alguma dificuldade em acertar nos destinatários”, disse. “Queremos convocar todos os animadores de todos os grupos do 10.º ano para cima, incluindo os grupos pós-crisma e movimentos, mas temos algumas dificuldades em passar esta mensagem aos animadores e catequistas. A pastoral juvenil é muito mais abrangente. Não se pode reduzir ao grupo de jovens”, esclarece. Para de alguma forma resolver esta dificuldade, o SDPJV está a lançar um questionário por paróquia para ter uma “radiografia” dos grupos e animadores que existem na Diocese de Aveiro.
Diálogo padre-animador
No encontro, durante a manhã, falou-se o GPS (itinerário proposto aos grupos de jovens pelos salesianos e assumido por Aveiro) e das estruturas da pastoral juvenil (diocese, arciprestado, paróquias, serviços…). Destaque para a relação pároco – animador juvenil. A responsável do SDPJV realça que “a tónica foi colocada no diálogo e comunhão entre todos os intervenientes”. A pastoral juvenil, isto é, o serviço eclesial aos jovens, só avança quando “o diálogo é assumido como forma de trabalhar em Igreja”.
Durante a tarde, houve partilha de quatro experiências positivas do trabalho de jovens e com jovens. “Quatro vitaminas”, como disse o moderador de serviço. O CV resume-as nesta página.
J.P.F.
A vocação é uma questão de “in-sucesso”
Edite e Ir. Margarida, do Sector de Pastoral Vocacional do SDPJV Aveiro
A questão da vocação é uma questão de insucesso. Sim, in-sucesso. “O sucesso está dentro de nós, o in”, explica a Ir. Margarida Ribeirinha, das Doroteias que estão em Recardães. O principal objectivo da pastoral vocacional é levar os jovens a responder a: “O que estou aqui a fazer?” Não têm sido muitos os que colocam a questão, “mas sem a resposta, ficamos mancos”.
Em vez de pedir aos animadores que digam aos jovens para se inscreverem nos encontros vocacionais, a equipa da pastoral vocacional vai convidar os próprios animadores e pedir-lhes que eles levem consigo alguns jovens. “Quantos animadores que aqui estão se questionam sobre o que Deus quer de nós?”, interrogou a religiosa. E insistiu: “Se eu não coloco a questão a mim mesma, como vou animar os outros a colocá-la?”
Mudou-se o nome e os jovens apareceram
Fábio Pinto, de Oliveirinha, elemento da organização do JAJA
JAJA quer dizer Jornada Arciprestal dos Jovens de Aveiro, ou seja, o encontro em ritmo de convívio, formação e oração dos jovens a partir do 10.º ano das 14 paróquias de Aveiro. Já antes havia encontros arciprestais, mas com a mudança do nome, a adesão aumentou.
Fábio Pinto explicou que o JAJA é um encontro AC/DC. A de ambulante, porque percorre as diversas paróquias. C de cooperação entre paróquias, animadores, jovens. D de datas, porque é anual, “como o presépio”, marcado numa data que “faça sentido”, para que a energia que traz aos jovens, “ainda que fugaz, dure pelo menos um mês”. Normalmente, realiza-se entre o Natal e a Páscoa. C de comunidade.
O JAJA tem música, peddy-papers, concursos, não “porque sim”, mas porque “é preciso [para uma determinada mensagem] ou para aprender a trabalhar uns com os outros”.
Sonhar, acreditar, planear, organizar…
Sérgio Bandeira, da Equipa Arciprestal de Pastoral Juvenil e Vocacional de Anadia
Sonhar, acreditar, planear, organizar, ter atitude, trabalhar muito, respeitar, orar. Estes são, segundo Sérgio Bandeira, os verbos que sustentam a Equipa Arciprestal de Pastoral Juvenil e Vocacional de Anadia. A Equipa existe para coordenar a pastoral juvenil e vocacional, o que implica, entre outras coisas, “apoiar os animadores e grupos paroquiais” e “criar e manter uma boa imagem dos jovens junto das comunidades locais”.
A Equipa que em Maio passado movimentou as paróquias de Anadia para encerrar a visita pastoral do Bispo de Aveiro na festa chamada “Arciprestelândia d’Anadia” aposta muito na comunicação. “Podemos fazer as coisas melhores do mundo, mas, se calhar, nem os pais dos jovens sabem”, diz Sérgio Bandeira. É preciso comunicar. E como diz o excerto de filme exibido, “se tens um sonho, tens de protegê-lo; se queres algo, vai à luta”.
Grupo forte e organizado, depois dos altos e baixos
Luís Ferreira, do Grupo de Jovens Amigos do André
O Grupo de Jovens Amigos do André, da paróquia de S.to André, Vagos, tem hoje 35 elementos, a maioria na faixa dos 17/18 anos. Existe desde 1995. “No início era um pretexto para a saída semanal à noite”, disse Luís Ferreira.
Nos primeiros 10 anos, o grupo passou por altos e baixos. Quase desapareceu com as saídas para a universidade, casamentos, empregos. Em 2005, o Amigos do André reconheceu fragilidades, repensou-se, mudou de liderança, alicerçou-se na “motivação e superação”. Hoje, está forte e organizado. Tem objectivos definidos, aposta na formação, há tarefas distribuídas pelos membros, actividades programadas, um espaço próprio nas instalações da paróquia. “Quando os jovens mostram o seu valor e têm responsabilidades atribuídas, sentem-se úteis, motivados, e vão às reuniões”, remata o animador Luís Ferreira.
In Correio do Vouga, 27 Outubro 2010
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